1.5.07

a saga do tempo

A bolsa grande e florida chamava atençao. Ela caminhava a passos largos nas ruas estreitas da Zona Velha da pequena cidade. Olhava as antigas pedras que construiam o caminho e tentava esquecer o acaso da noite anterior. Era quase 16h, quando, próximo ao cinema central, um moço bem vestido, que tomava café no terraço de um restaurante, a viu cruzar a esquina. Os sapatos de saltos avantajados atrapalhavam a caminhada apressada. Ainda com a face brilhosa, resquícios do retrato de maquiagem, ela observava o sol, que aos poucos se punha e parecia acompanhar seus movimentos. Meia hora depois, ouviu-se o ranger dos portoes largos. De volta a casa ela pediu paz. Encontrou num sono tranquilo e sob os lençóis brancos aquele que lhe daria todo o amor que houvesse. Deixou a bolsa grande e florida na cadeira de jacarandá próximo ao corredor. Seguiu até a cozinha e preparou um suco de frutas da época. O frio pedia entrada pelas fenda da janela e mais parecia entender os movimentos humanos. Adoçou, colocou pó de louro e uma mistura trazida da Índia. Aos beijos de paixao acordou aquele que estava sob os lençois brancos e ofereceu a iguaria. Levantou e seguiu até o banheiro. O aquecedor esquentou os fios d'água que saiam pela pequena torneira. O banho demorado serviu de prévia para as dores da vida. Com semblante quase pueril ele a disse adeus já desacordado. E ela, passou pelo portao largo e refez todo o percurso. E quando a dor é insuportável a vista do pôr-do-sol sobre o ponto mais alto da cidade a faz lembrar do dia em que foi mais feliz.

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SERVIÇO <> Móveis Coloniais de Acaju - que fez show ontem aqui pertinho de casa.

2 comentários:

Nilma Ribas disse...

Humm..

post triste..
eu achei!!

Bjo pra mocreinha marlinda!!

velho galego disse...

ta ficando cada vez pior de ler.
para com esse colorido!